quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Saída

Todos os dias eu engulo as palavras que tenho para te dizer. Uma por uma elas vão sufocando o que eu sinto, tentando sempre em vão, colocar um ponto final nisso tudo.
A vida brinca comigo nos momentos mais impróprios. Os momentos em que estou bem, em que estou plena e certa das coisas. Nesses momentos você volta. Volta para me assombrar nos meus piores pesadelos, meus melhores sonhos. Volta a me assombrar nas ruas.
Surpreendo-me te procurando em cada lugar ao qual eu vou, te vendo no rosto de cada pessoa. E me pergunto de onde é que tudo isso veio. E porque, Deus, por que eu sinto essa confusão dentro de mim?
Corro por um labirinto complicado demais para mim. Procuro a saída, mas acabo sempre esbarrando em você, que me puxa ainda mais para o interior dessas paredes vazias. Depois que me vê perdida o suficiente, me deixa. Solta a minha mão e me diz que é hora de percorrer o caminho sozinha.
Tenho saudade de momentos que não vivi. De histórias que não escrevemos juntos, mas que eu, na minha agonia de sentir você perto de mim, escrevi sozinha.  Os rascunhos de algo tão bonito que talvez, só por um período, pudéssemos ter vivido.
Será que eu devo rasgar esses rascunhos? Colocar você num cantinho dentro de mim do qual eu nem vá me lembrar mais? E será que você ficaria lá, quieto, como parte das minhas memórias?
Ou será que eu devo escrever a história a partir dos meus rascunhos? Deixar as palavras saírem, ganharem vida, surgirem diante dos seus olhos. Fazer com que você as leia e saiba o que eu sinto. Mesmo que seja um esboço.
Talvez eu devesse queimar esses rascunhos. Deixá-los virarem uma pequena fagulha de luz para iluminar o meu caminho no labirinto. Em alguma vida eu sei que é você que vai estar na saída.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Combinados?

Crédito da imagem
Adulto. Esta é a última palavra do livro que estou lendo no momento: As Aventuras de Pi, de Yann Martel.

Agora você deve estar se perguntando como diabos eu sei a última palavra do livro já que ainda estou lendo-o.

Eu explico:

Possuo algumas manias. Destas estranhas que com certeza você também tem. Por exemplo, eu não durmo se antes de deitar não for ao banheiro fazer xixi. Meu lado na cama é sempre o oposto à porta. Não paro de ler o capítulo de um livro na metade.

Mas, para mim e para muitas pessoas, a minha mania mais estranha é a de, antes de começar a ler um livro, xeretar a última palavra da história. É uma coisa minha e, para ser sincera, eu nem sei como criei este hábito. Só sei que, de uns anos para cá, eu nunca mais peguei um livro e comecei a lê-lo sem antes dar uma olhadinha na última palavra.

Já tentei, como toda boa pessoa maníaca que se preze, a deixar este vício. Consegui por dois capítulos e, depois, lá fui eu bisbilhotar. Envergonhada com a minha atitude, briguei comigo mesma internamente. Depois me fiz um cafuné mentalmente, um carinho, e disse que estava tudo bem ter essa mania.

Então, quando decidi fazer este blog e sofri com um bloqueio criativo imenso para criar o nome desta página, eis que eu pensei na minha mania. A última palavra do texto. Aquela que fecha tudo e põe um ponto final na história. Marcante – sim, sempre é – mesmo que seja uma simples palavrinha banal.

E como eu gosto dessas pequenas palavrinhas. Porque elas acabam me marcando também. Dão aquele gostinho especial quando eu termino de ler um livro ou qualquer outro texto e fico refletindo sobre o que li. A palavra que sempre ecoa na mente é a última, já repararam?

Sendo assim, nasce hoje, nesta noite fria de sexta-feira, 28 de junho de 2013, um novo blog dentre tantos já existentes no mundo: A última palavra do texto.

Um espaço para eu poder me dedicar ao que amo: a escrita. E para você, leitor, perder alguns minutos preciosos da sua vida lendo o que eu escrevo. Vamos combinar assim: aqui vocês vão partilhar da minha mania, já que nos títulos eu sempre vou contar a última palavra do post. Vai ter gente que vai gostar, vai ter gente que não. Mas seja o que Deus quiser!

Espero poder deixar vocês satisfeitos e sempre reflexivos sobre a última palavra do texto. Estamos combinados?